sábado, 5 de janeiro de 2019

Calendas



Ainda que chamado de “calendário cristão”por ter sido fixado no ano 45 a. C. pelo pontífice máximo da República Romana, Júlio Cesar, nosso calendário está impregnado de simbolismo pagão e astrológico.

É em muito parecido com o Calendário Solar Egípcio, em vigor na época, mantendo inclusive o dia “extra” nos anos bissextos.

As calendas, no antigo calendário romano, eram o primeiro dia de cada mês, quando ocorria a Lua Nova. Havia três dias fixos: as calendas, as nonas (quinto ou sétimo dia, de acordo com o mês) e idos (13.º ou 15.º dia, conforme o mês). Dos idos é que provém a expressão "nos idos de setembro" para expressar uma data para a segunda metade do mês.

E é da palavra calendas que se originou o termo “calendário”.

Como maior exemplo de influência astrológica (ou pagã) no nosso calendário atual (o calendário Juliano - ou calendário Cristão, como alguns preferem chamar) podemos citar a data comemorada como sendo o aniversário de Cristo, o NATAL.

O Natal é uma data escolhida pela Igreja, há mais de 1500 anos e que coincide com a celebração pagã do Solis Invictus, ou, sol invencível. Esse efeméride ocorria logo após o solstício de inverno, ocorrido com a entrada do Sol em Capricórnio, e celebrava o ponto de culminação zodiacal, uma vez que Capricórnio representa o ponto “mais alto” do Céu.

Mas as festas móveis, ou seja, aquelas cujas datas variam de ano para ano (o Carnaval, a Páscoa e o Pentecostes), obedecem a uma forma de cálculo inteiramente astrológica.

A Páscoa é considerada a festa das festas da Cristandade, por celebrar a ressurreição de Jesus. E a data em que ela ocorre é calculada da seguinte maneira: o Domingo de Páscoa é o primeiro Domingo, após a primeira Lua Cheia, depois do Equinócio de Outono (no hemisfério Sul), ou seja, depois da entrada do Sol no Signo de Áries.

Não por acaso o signo de Áries está associado ao carneiro, uma óbvia alusão ao Agnus Dei, o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo. (?)

A Lua Cheia representa, numa análise mais superficial, que o modo da inteligência propriamente humana alcança o seu máximo, pois cumpre integralmente sua função que é refletir o conhecimento espiritual, simbolizado pelo sol. Em segundo lugar, a Lua Cheia representa também a plenitude do feminino, do materno, sua fecundidade e fertilidade, geração e nutrição.

É exatamente esse conjunto de significados simbólicos que entremeia os atributos cristãos da Páscoa, a festum festorum (festa das festas) da Cristandade. De modo semelhante ao ingresso do Sol em Áries, a vitória do Cristo, sobre a morte e sobre o tempo, ressuscitando dentre os mortos, renova o antigo mundo e, como a Lua Cheia, gera e inicia uma nova vida.

Como dissemos acima, a Páscoa é a principal e mais importante festa cristã, pois a ressurreição do Cristo, depois de seu sacrifício como o cordeiro de Deus, é a estrutura de sustentação sobre a qual se baseia a fé cristã.

A partir do Domingo de Páscoa, o Domingo de Carnaval é colocado 7 semanas ou 49 dias antes e o Pentecostes, quando se celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos,  7 semanas, ou  49 dias, depois.


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