Há controvérsias, já dizia
um conhecido humorista!
O Antigo Testamento, nos
primórdios do Cristianismo contava duas versões distintas, mas três idiomas
originais. A maior parte foi escrita e chegou aos dias atuais em hebraico.
Alguns capítulos e alguns livros, porém, estão em Aramaico. Outros livros,
bastante “citados” nos tempos atuais como Macabeus e o Livro da Sabedoria foram
escritos originalmente em grego.
A versão Palestina do Antigo
Testamento era composta por 39 livros que foram escritos na Terra Santa, em
hebraico e divididos em “A Lei” (Torá), “Os Profetas” e “Os Escritos”
(Hagiografia). A esta chamam “Cânon Restrito”.
A versão Alexandrina do
Antigo Testamento era composta por 46 livros, e é uma tradução grega da versão
Palestina, compilada em Alexandria entre os anos 250 e 100 A. C., por 70 sábios
judeus. Chamam-na de “Cânon Completo”.
Os livros que estão na
versão Alexandrina e não estão na versão Palestina são Tobias, Judite,
Sabedoria, Baruc, Eclesiástico e Macabeus 2, além dos fragmentos de Ester (10,
14-16) e Daniel (3, 20-24; 13 e 14).
Essa versão ficou conhecida
como a Septuagenta ou Versão dos Setenta
Enquanto se difundia o Novo Testamento com os
Evangelhos e as cartas dos Apóstolos que surgiam (e que os judeus não
acreditavam nem aceitavam), os Doutores da Sinagoga (rabinos judeus) realizaram
um Sínodo na cidade Palestina de Jâmnia, e definiram quais livros do Antigo
Testamento deveria fazer parte de sua Bíblia, fixando os seguintes critérios
para isso:
a) O livro deveria ter sido escrito na Terra Santa;
b) Somente em hebraico (não aramaico nem grego);
c) Antes de Esdras (455-428 a.C.);
e) Sem contradições com a Torá ou Lei de Moisés.
Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia
Judaica da Palestina os livros que posteriormente também deixaram de constar no
Antigo Testamento da Bíblia protestante.
A definição final, entretanto, do Cânon Bíblico
para os cristãos partiu da autoridade apostólica da Igreja Católica,
principalmente em concílios, tanto para os livros do Velho Testamento, quanto
para os livros do Novo Testamento, como pode ser evidenciado historicamente.
O termo “cânone” (ou “cânon”) é usado para descrever os
livros que foram divinamente inspirados e, por isso, pertencentes à Bíblia.
Em comparação ao Novo Testamento, houve pouca polêmica a respeito do cânone do Velho Testamento. Crentes Hebreus reconheceram os mensageiros de Deus e aceitaram o que escreveram como inspirado por Deus.
Para o Novo Testamento, o processo de reconhecimento e compilação começou nos primeiros séculos da igreja cristã. Desde o início, alguns dos livros do Novo Testamento foram sendo reconhecidos.
Vários concílios se basearam nos seguintes princípios para
determinar se um livro do Novo Testamento era realmente inspirado pelo Espírito
Santo: a) O autor foi um apóstolo, ou teve uma estreita ligação com um
apóstolo? b) O livro é aceito pelo Corpo de Cristo como um todo? c) O conteúdo
do livro é de consistência doutrinária e ensino ortodoxo? d) Este livro contém
provas de alta moral e valores espirituais que refletem a obra do Espírito
Santo?
Para se chegar ao Novo Testamento que temos, a
Igreja Católica teve de rejeitar diversos livros que não eram inspirados por
Deus e, através da sua autoridade apostólica, definir o Cânon das Escrituras.
O homem nesse caso, julgou-se capaz de avaliar a inspiração
de Deus!
Em outras palavras, é (novamente) a fé que determinará a resposta!

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