Neste domingo judeus e cristãos comemorarão - cada um à sua maneira - a solenidade da Páscoa. Ainda hoje, os judeus se referem à festa pelo seu nome original: Pessach.
De origem hebraica, a palavra quer dizer "passagem" e deu origem, entre outras, às palavras "páscoa" em português, "pascua" em espanhol, "pasqua" em italiano, e "pâques" em francês.
A Páscoa é uma solenidade tão importante que um dia só é pouco. Por essa razão, judeus e cristãos levam oito dias para festejar, respectivamente, a passagem do cativeiro à liberdade e da morte à vida.
É a festa que comemora a passagem do povo israelita da escravidão do Egito para a libertação da Terra Prometida, através da travessia do Mar Vermelho, para os judeus.
A Páscoa cristã também está associada à ideia de "passagem", mas nesse, da morte para a vida. A solenidade que celebra a ressurreição de Jesus é a mais importante do cristianismo. Mais até do que o Natal, que festeja a encarnação divina através do nascimento de Cristo.
A vitória de Jesus sobre a morte é o que confere sentido ao cristianismo.
"Se Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria a nossa fé!"
"Se Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria a nossa fé!"
É a Páscoa então, na verdade, a base do Cristianismo. A falta da ressurreição não faria de Jesus, o Cristo.
Enquanto a Páscoa está centrada na figura de Jesus, a Pessach evoca a memória de Moisés. Foi ele que, segundo o Livro do Êxodo, recebeu de Deus a missão de libertar os israelitas da opressão do faraó e, pelos próximos 40 anos, guiá-los até a Terra Prometida.
Os cristãos acreditam que Jesus é o Messias. Ele já veio e, um dia, voltará. Os judeus, reconhecem que Jesus foi um rabino que disseminou uma mensagem muito positiva de amor e respeito ao próximo, mas não o consideram o Messias. Para os judeus então, o Messias ainda não chegou.
Em geral, as comemorações da Pessach e da Páscoa não coincidem. Este ano, porém, as festas caem no mesmo dia: 1º de abril.
Diferentemente do Natal, que é comemorado sempre no dia 25 de dezembro, a Páscoa é, por assim dizer, uma "festa móvel".
Até meados do século 4, judeus e cristãos comemoravam a Páscoa no mesmo dia mas, se o significado da festa é diferente, por que, então, comemorá-la no mesmo dia? A reivindicação partiu de gentios - os novos convertidos ao cristianismo na Europa e Oriente Médio.
Foi quando, no ano de 325, o Imperador Constantino Magno convocou o Concílio de Niceia. Por unanimidade, a Igreja Católica convencionou festejar a ressurreição de Jesus sempre no primeiro domingo depois da primeira lua cheia ocorrida após (ou no dia) do equinócio da primavera no hemisfério norte (e do outono no hemisfério sul).
Ou seja, em geral, depois da Páscoa judaica, que começa a ser celebrada na primeira lua cheia do mesmo equinócio (e pode cair num dia de semana).
O equinócio, a propósito, é o nome dado à época do ano em que o dia e a noite têm a mesma duração em todos os países do mundo.
Tudo ia bem até 1582, quando o papa Gregório 13 resolveu instituir o calendário que leva seu nome, o gregoriano. Na ocasião, a Igreja Ortodoxa não aprovou a mudança e continuou a se basear pelo calendário juliano, instituído por Júlio César no ano 46 a.C., para comemorar a Páscoa.
Conclusão: a Igreja Romana comemora em uma data e a Ortodoxa em outra. Um exemplo? Este ano, católicos romanos celebrarão a ressurreição de Jesus no dia 1º de abril, e os ortodoxos, no dia 8.
Pão ázimo e ervas amargas, e o peixe na sexta feira santa.
A Páscoa é uma solenidade tão importante que um dia só é pouco. Por essa razão, judeus e cristãos levam oito dias para festejar, respectivamente, a passagem do cativeiro à liberdade e da morte à vida.
Os cristão marcam a Semana Santa com missas especiais como o lava-pés na quinta-feira e procissões na sexta, dia em que muitos fiéis evitam comer carne vermelha em respeito à morte de Cristo, substituindo-a pelo peixe.
No domingo, muitas famílias com crianças celebram a tradição da busca por ovos escondidos, adotada de rituais pagãos. Os ovos de Páscoa se tornaram, com o passar do tempo, um dos símbolos mais conhecidos da data.
Já os judeus não podem comer nada feito à base de farinha. Macarrão, pizza e lasanha? Nem pensar! Uma iguaria que não pode faltar à mesa é o pão ázimo, feito só de trigo e água, sem fermento. Conhecida como matzá, simboliza a pressa do povo hebreu ao fugir da escravidão no Egito.

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