sábado, 13 de julho de 2019

O Cristão e a política se misturam?



Política pode ter dois significados. Um deles é a arte de negociação para alinhar os interesses; o outro significado, que nos interessa, é a ciência da administração de um estado ou nação. De modo geral é a visão política que vai determinar como as decisões de esfera pública são tomadas. Você não encontrará a expressão na Bíblia, mas a Palavra vai tratar de esferas de governo: família, igreja, governo civil, etc.
Muitos cristãos veem o governo civil como algo ruim, chagando a demoniza-lo. Isso não é novidade, Calvino precisou confrontar e opor-se aos Anabatistas que ensinavam essa perspectiva, que infelizmente, está amplamente difundida no meio “gospel”. Mesmos grupos mais tradicionais condenam o envolvimento político e como se não bastasse, ainda apontam o envolvimento social como algo inútil e desnecessário.
Meu intuito não é expressar um discurso áspero ou mesmo carregado de amargura contra a “igreja que está adormecida”, mas a partir do texto bíblico compreender a perspectiva bíblica de maneira clara e objetiva.
Por meu intermédio os reis governam, e as autoridades exercem a justiça; também por meu intermédio governam os nobres e todos os juízes da terra. Provérbios 8:15
 TODO GOVERNO CIVIL É AUTENTICADO, SENDO ESTABELECIDO PELO PRÓPRIO DEUS.
Ele não simplesmente reconhece a autoridade dos poderes, mas está envolvido e atuando na história para utiliza-los para cumprimento de seus propósitos. Não inferindo ao texto modelos modernos de política, mas podemos observar que as instruções do sábio Salomão parecem apontar inclusive para a realidade do legislativo, executivo e judiciário.
Mas como deve ser nosso envolvimento? Esperamos ajuda-los a responder essa pergunta a partir do texto de Romanos 13, que nos dá orientações de como devemos nos portar no espaço público e civil.
ROMANOS 13.1-5
Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos. Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá. Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal. Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência.
Esses poucos versículos nos apresentam lições significativas de como deve ser a nossa postura diante do governo civil. Há dois imperativos que regem essa relação: sejamos submissos e pratiquem o bem. Paulo expressa com isso dois princípios, a submissão e o envolvimento. Esses estão alinhados com a soberania do Senhor Deus que não apenas reveste de autoridade os governantes, mas espera de nós uma participação ativa no cenário cívico. Não é à toa que o próprio Jesus ora em João 17: “Não os tire do mundo, mas os livre do mal”! 
A ALIENAÇÃO POLÍTICA E SOCIAL ANDA NA CONTRAMÃO DO QUE O SENHOR ESPERA DE NÓS.
Estar no mundo é dar a Cesar o que é de Cesar, é servir de modelo para uma sociedade corrompida; revelar reino eterno; calar a boca dos que se opõem a justiça. Estar no mundo é envolver-se com ele a ponto de influencia-lo, sendo preservado pelo Espírito Santo de Deus pelo poder da Palavra, e não se isolar em uma cúpula religiosa. Para isso precisamos nos submetermos, e praticarmos o bem -submissão e envolvimento.
Um terceiro princípio está implícito em nosso texto.
A SUBMISSÃO ÀS AUTORIDADES CIVIS PRECISA ESTAR FUNDAMENTADA NO RESPEITO
Essa perspectiva é reforçada pelo versículo 7 do mesmo capítulo. Jesus nos dá o exemplo. Mesmo diante de injustiças, pessoalmente Jesus submeteu-se às autoridades civis. Ele não se rebela contra a decisão deles, e fez isso em respeito à autoridade a elas concedidas:
Jesus respondeu: “Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima. Por isso, aquele que me entregou a ti é culpado de um pecado maior”. João 19.11
O que a Bíblia fala sobre política?  O governo civil é estabelecido por Deus e, portanto, merece nosso ENVOLVIMENTO, RESPEITO e SUBMISSÃO.
Adaptado do texto original de Lucas Evangelista Batista Silva Júnior.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Páscoa e Pessach



Neste domingo judeus e cristãos comemorarão - cada um à sua maneira - a solenidade da Páscoa. Ainda hoje, os judeus se referem à festa pelo seu nome original: Pessach.
De origem hebraica, a palavra quer dizer "passagem" e deu origem, entre outras, às palavras "páscoa" em português, "pascua" em espanhol, "pasqua" em italiano, e "pâques" em francês.
A Páscoa é uma solenidade tão importante que um dia só é pouco. Por essa razão, judeus e cristãos levam oito dias para festejar, respectivamente, a passagem do cativeiro à liberdade e da morte à vida.
É a festa que comemora a passagem do povo israelita da escravidão do Egito para a libertação da Terra Prometida, através da travessia do Mar Vermelho, para os judeus.
A Páscoa cristã também está associada à ideia de "passagem", mas nesse, da morte para a vida. A solenidade que celebra a ressurreição de Jesus é a mais importante do cristianismo. Mais até do que o Natal, que festeja a encarnação divina através do nascimento de Cristo.
A vitória de Jesus sobre a morte é o que confere sentido ao cristianismo.
"Se Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria a nossa fé!"
É a Páscoa então, na verdade, a base do Cristianismo. A falta da ressurreição não faria de Jesus, o Cristo.
Enquanto a Páscoa está centrada na figura de Jesus, a Pessach evoca a memória de Moisés. Foi ele que, segundo o Livro do Êxodo, recebeu de Deus a missão de libertar os israelitas da opressão do faraó e, pelos próximos 40 anos, guiá-los até a Terra Prometida.
Os cristãos acreditam que Jesus é o Messias. Ele já veio e, um dia, voltará. Os judeus, reconhecem que Jesus foi um rabino que disseminou uma mensagem muito positiva de amor e respeito ao próximo, mas não o consideram o Messias. Para os judeus então, o Messias ainda não chegou.
Em geral, as comemorações da Pessach e da Páscoa não coincidem. Este ano, porém, as festas caem no mesmo dia: 1º de abril.
Diferentemente do Natal, que é comemorado sempre no dia 25 de dezembro, a Páscoa é, por assim dizer, uma "festa móvel".
Até meados do século 4, judeus e cristãos comemoravam a Páscoa no mesmo dia mas, se o significado da festa é diferente, por que, então, comemorá-la no mesmo dia? A reivindicação partiu de gentios - os novos convertidos ao cristianismo na Europa e Oriente Médio.
Foi quando, no ano de 325, o Imperador Constantino Magno convocou o Concílio de Niceia. Por unanimidade, a Igreja Católica convencionou festejar a ressurreição de Jesus sempre no primeiro domingo depois da primeira lua cheia ocorrida após (ou no dia) do equinócio da primavera no hemisfério norte (e do outono no hemisfério sul).
Ou seja, em geral, depois da Páscoa judaica, que começa a ser celebrada na primeira lua cheia do mesmo equinócio (e pode cair num dia de semana).
O equinócio, a propósito, é o nome dado à época do ano em que o dia e a noite têm a mesma duração em todos os países do mundo.
Tudo ia bem até 1582, quando o papa Gregório 13 resolveu instituir o calendário que leva seu nome, o gregoriano. Na ocasião, a Igreja Ortodoxa não aprovou a mudança e continuou a se basear pelo calendário juliano, instituído por Júlio César no ano 46 a.C., para comemorar a Páscoa.
Conclusão: a Igreja Romana comemora em uma data e a Ortodoxa em outra. Um exemplo? Este ano, católicos romanos celebrarão a ressurreição de Jesus no dia 1º de abril, e os ortodoxos, no dia 8.
Pão ázimo e ervas amargas, e o peixe na sexta feira santa.
A Páscoa é uma solenidade tão importante que um dia só é pouco. Por essa razão, judeus e cristãos levam oito dias para festejar, respectivamente, a passagem do cativeiro à liberdade e da morte à vida.
Os cristão marcam a Semana Santa com missas especiais como o lava-pés na quinta-feira e procissões na sexta, dia em que muitos fiéis evitam comer carne vermelha em respeito à morte de Cristo, substituindo-a pelo peixe.
No domingo, muitas famílias com crianças celebram a tradição da busca por ovos escondidos, adotada de rituais pagãos. Os ovos de Páscoa se tornaram, com o passar do tempo, um dos símbolos mais conhecidos da data.
Já os judeus não podem comer nada feito à base de farinha. Macarrão, pizza e lasanha? Nem pensar! Uma iguaria que não pode faltar à mesa é o pão ázimo, feito só de trigo e água, sem fermento. Conhecida como matzá, simboliza a pressa do povo hebreu ao fugir da escravidão no Egito.

sábado, 30 de março de 2019

Quaresma?!



             Para os ateus sua importäncia se resume à aparência exótica e sabor único da fruta também chamada de fruta-ata, pinha, anona, fruta do conde, pinheira e ateira.
Se você nunca provou, experimente. É um fruto doce e, de acordo com os “naturalistas” com vários benefícios nutricionais: pode ser utilizada para fazer chá, suco, para consumir ao natural, assada ou cozida.
Há quem a caracterize como a fruta da cura e da juventude. A explicação está no fato que várias partes prometem benefícios. A fruta madura, por exemplo, pode apoiar no tratamento contra fraqueza, anemia e desnutrição. Já o chá da casca do tronco fortifica o estômago e o intestino.
É fonte de vitaminas do complexo B, combatendo a prisão de ventre e ajudando a regular o intestino.
 .          Mas, nem todo ateu é naturalista e nem mesmo todo naturalista é ateu, portanto aí não há unanimidade.
            A unanimidade está entre os cristãos, e o período conhecido como “quaresma”.
Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350, a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias e foi assim que surgiu a QUARESMA.
            A Igreja Católica, definiu que o período que se inicia na quarta-feira de cinzas e se estende até a Quinta-feira Santa na missa do lava pés, como determinou o Papa Paulo VI na Carta Apostólica aprovando as Normas Universais do Ano Litúrgico. O novo Calendário Romano geral, n. 28 diz: “O tempo da Quaresma vai de Quarta-feira de Cinzas até a Missa na Ceia do Senhor (Quinta-feira santa, à tarde), inclusive”. E também a Paschalis Solemnitatis da CCD de 1988, que diz: “O tempo quaresmal continua até à Quinta-feira Santa. A partir da missa vespertina “in Cena Domini” inicia-se o Tríduo Pascal, que abrange a Sexta-feira Santa “da Paixão do Senhor” e o Sábado Santo, e tem o seu centro na Vigília Pascal, concluindo-se com as vésperas do Domingo da Ressurreição”.
           As igrejas anglicana, evangélica e luterana consideram as mesmas datas.
A quaresma foi inspirada no período de 40 dias de tentação de Jesus Cristo no deserto, nos 40 dias de Noé na arca e ainda em Moisés que vagou 40 anos no deserto.(?)
Cristãos e Judeus conhecem a ligação entre a Páscoa Judaica e a Páscoa Cristã, entretanto pouco se fala sobre a conexão existente na Quaresma.
Vejamos: a Páscoa Judaica inclui os meses de preparação. Tal preparação  preparação é tão importante quanto a própria refeição.
Limpando suas casas do fermento, estudando o Êxodo e examinando a própria consciência os Judeus se preparam para a Páscoa.
“Assim como um bebê é gerado no ventre da mãe por nove meses, do mesmo modo o renascimento (ou ressurreição) do mundo necessita de preparação”.
A Quaresma é então, esse periodo de preparação. Preparação para o renascimento do povo judeu e para a ressurreição de Cristo.
Poderíamos ainda adentrar em hordas não cristãs e afirmar que o perído da Quaresma é apenas aquele que antecede o “Eostumonath” saxão, agora traduzido como “mês Pascal” que foi assim chamado em alusão a uma deusa de nome Eostre, cujas festas em sua honra eram comemoradas naquele mês. Designam então essa época pascal pelo seu nome, chamando as alegrias do novo rito pelo nome honrado da antiga observância.
Mas, isso é assunto para outro dia...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

A Santa Ceia



O concílio de Nicéia (325 DC) fixou o seguinte:

- A Páscoa acontece no primeiro domingo DEPOIS da primeira lua cheia que acontece DEPOIS do equinócio da Primavera (equinócio de Outono, no hemisfério sul);

- O carnaval acontece exatamente 47 dias antes da páscoa.

- Corpus Christi acontece 60 dias após a páscoa;

- O Natal foi fixado no ano de 345 DC, e sua data coincide com a data fixada pelos romanos de uma festa mais antiga, que homenageava o sol, chamada de Saturnal...

E você que pensava que tais festas nada tinham a ver com astrologia/astronomia, reveja seus conceitos...

E que tal nos aprofundarmos um pouco mais, lembrando Leonardo da Vinci, em seu quadro mais famoso?

Olha só:

No quadro "A Última Ceia" (muito conhecido como "Santa Ceia", da direita a esquerda, numa referência clara às eras astrológicas que são contadas em ordem regressiva, na cabeceira da mesa vemos Simão, correspondente ao signo de Áries. Signo de fogo e de ação, Simão indica com as mãos a direção a tomar. Áries rege a cabeça na anatomia astrológica, e a testa de Simão é bem realçada na pintura. Sua prontidão ariana também é mostrada pelas mãos desembaraçadas, para agirem conforme a vontade e coragem cardeal de Áries.

Ao seu lado, está Judas Tadeu, o Taurino. Seu semblante é sereno enquanto escuta Simão (Áries/cérebro) vai digerindo lentamente suas impressões, acolhendo-as com uma das mãos, revelando a possessividade de Touro (que é terra/receptivo). No corpo humano, Touro rege o pescoço e a garganta, e o de Judas Tadeu está bem destacado.

Mateus vem em seguida, correspondendo à Gêmeos, signo duplo que necessita de interação com as pessoas e de colher informações. Mateus tem as mãos dispostas para um lado e o rosto para o outro, revelando a dinâmica geminiana de querer falar e ouvir à todos ao mesmo tempo.

Mateus era repórter e historiador da vida de Jesus, e Gêmeos rege a casa III, setor de comunicação e conhecimento.

Logo após está Filipe, o Canceriano. Suas mãos em direção ao peito mostram a tendência canceriana para acolher, proteger e cuidar das coisas. Regido pela Lua, Câncer trabalha com o sentir; Filipe está inclinado, como se estivesse se oferecendo para alguma tarefa.

Ao seu lado está Tiago Menor, o Leonino, de braços abertos, revelando nesse gesto largo o poder de irradiar amor (Leão rege o coração e o chacra cardíaco), ele se impõe nesse gesto confiante, centralizando atenções.

Atrás dele, quase que escondido, está Tomé, o Virginiano, que, apesar de modesto, não deixa de expressar o lado crítico e inquisitivo de Virgem – com o dedo em riste ele contesta diante de Cristo; foi Tomé quem quis o ver para crer.

Libra é simbolizado por João, o discípulo amado de Jesus. Com as mãos entrelaçadas, ele pondera e considera todas as opiniões antes de tomar posições - Libra rege a casa VII, é o setor do outro e isso requer imparcialidade e diplomacia.

Ao seu lado, está Judas Iscariotes, representando Escorpião. Com uma das mãos ele segura um saco de dinheiro, pois era o organizador das finanças da comunidade dos apóstolos (Escorpião rege a casa VIII, que trata dos bens e valores dos outros) e com a outra mão ele bate na mesa, protestando.

Sagitário é representado por Pedro, o Pescador de Almas. Foi ele quem fez o dogma e instituiu a lei da Igreja – Sagitário rege a casa IX, setor das leis, religiões e filosofia. Seu dedo aponta para Jesus – a meta de Sagitário é espiritual – e na outra mão ele segura uma faca, representando o lado instintivo nos homens. Ele se eleva entre outros dois apóstolos, trazendo esclarecimentos (luz) à discussão.

Ao seu lado está André, que representa Capricórnio. Conhecedor das responsabilidades, com seu gesto restritivo impõe limites. Seu rosto magro e ossos salientes revelam o biotipo capricorniano. Seus cabelos e barbas brancas e seu semblante sério mostram a relação de Capricórnio com o tempo e a sabedoria. Os temores de André são apaziguados por;

Tiago Maior, Aquariano, que debruça uma de suas mãos sobre seus ombros, num gesto amigável, enquanto a outra se estende aos demais. Ele visualiza o conjunto, percebendo ali o trabalho em grupo liderado pelo Mestre. Aquário rege a casa XI, que é o setor dos grupos, amigos e esperanças.

O último da mesa é Bartolomeu, que representa Peixes. Seus pés estão em destaque (que são regidos por Peixes na anatomia astrológica). Ele parece absorvido pelo que acontece à mesa, e, com as mãos apoiadas, quase debruçado, revela devoção envolvido pelo clima desse último encontro entre os apóstolos e Jesus Cristo, já que numa determinada hora as coisas ficaram um pouco confusas, pois Jesus revelou que "a mão do que me trai está comigo à mesa.

Ao centro, Jesus Cristo!

sábado, 5 de janeiro de 2019

Calendas



Ainda que chamado de “calendário cristão”por ter sido fixado no ano 45 a. C. pelo pontífice máximo da República Romana, Júlio Cesar, nosso calendário está impregnado de simbolismo pagão e astrológico.

É em muito parecido com o Calendário Solar Egípcio, em vigor na época, mantendo inclusive o dia “extra” nos anos bissextos.

As calendas, no antigo calendário romano, eram o primeiro dia de cada mês, quando ocorria a Lua Nova. Havia três dias fixos: as calendas, as nonas (quinto ou sétimo dia, de acordo com o mês) e idos (13.º ou 15.º dia, conforme o mês). Dos idos é que provém a expressão "nos idos de setembro" para expressar uma data para a segunda metade do mês.

E é da palavra calendas que se originou o termo “calendário”.

Como maior exemplo de influência astrológica (ou pagã) no nosso calendário atual (o calendário Juliano - ou calendário Cristão, como alguns preferem chamar) podemos citar a data comemorada como sendo o aniversário de Cristo, o NATAL.

O Natal é uma data escolhida pela Igreja, há mais de 1500 anos e que coincide com a celebração pagã do Solis Invictus, ou, sol invencível. Esse efeméride ocorria logo após o solstício de inverno, ocorrido com a entrada do Sol em Capricórnio, e celebrava o ponto de culminação zodiacal, uma vez que Capricórnio representa o ponto “mais alto” do Céu.

Mas as festas móveis, ou seja, aquelas cujas datas variam de ano para ano (o Carnaval, a Páscoa e o Pentecostes), obedecem a uma forma de cálculo inteiramente astrológica.

A Páscoa é considerada a festa das festas da Cristandade, por celebrar a ressurreição de Jesus. E a data em que ela ocorre é calculada da seguinte maneira: o Domingo de Páscoa é o primeiro Domingo, após a primeira Lua Cheia, depois do Equinócio de Outono (no hemisfério Sul), ou seja, depois da entrada do Sol no Signo de Áries.

Não por acaso o signo de Áries está associado ao carneiro, uma óbvia alusão ao Agnus Dei, o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo. (?)

A Lua Cheia representa, numa análise mais superficial, que o modo da inteligência propriamente humana alcança o seu máximo, pois cumpre integralmente sua função que é refletir o conhecimento espiritual, simbolizado pelo sol. Em segundo lugar, a Lua Cheia representa também a plenitude do feminino, do materno, sua fecundidade e fertilidade, geração e nutrição.

É exatamente esse conjunto de significados simbólicos que entremeia os atributos cristãos da Páscoa, a festum festorum (festa das festas) da Cristandade. De modo semelhante ao ingresso do Sol em Áries, a vitória do Cristo, sobre a morte e sobre o tempo, ressuscitando dentre os mortos, renova o antigo mundo e, como a Lua Cheia, gera e inicia uma nova vida.

Como dissemos acima, a Páscoa é a principal e mais importante festa cristã, pois a ressurreição do Cristo, depois de seu sacrifício como o cordeiro de Deus, é a estrutura de sustentação sobre a qual se baseia a fé cristã.

A partir do Domingo de Páscoa, o Domingo de Carnaval é colocado 7 semanas ou 49 dias antes e o Pentecostes, quando se celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos,  7 semanas, ou  49 dias, depois.


sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Osíris, Hórus, Krishna, Mitra, Buda e Jesus, o que tem em comum?


           
     Desde a antigüidade até os dias atuais, o ser humano sempre buscou a sua origem, e também o seu destino. Busca, como sempre buscou, saber de onde veio e para onde vai! Tenta prever o futuro, a vida, e o que há após a vida. E, se há vida depois que a morte vem...
           
     Também desde sempre, sabe a humanidade – ou pelo menos desconfia –  que, quando o corpo perece, o espírito, ou a alma, passam a viver em outro local, outra dimensão, ou ainda que, em algum momento, ressuscitará para viver ao lado e de acordo com as regras de seu “Deus”!

     E dessa esperança, dessa crença, dessa “quase certeza”, ao longo das eras forjou a existência de deuses e demônios.

     Nesse artigo, pretendo comparar as semelhanças da parte mais “humana” do triuno Deus cristão, Jesus Cristo, com outros deuses não cristãos. E ao final, traçar alguns comentários sobre a origem das histórias de cada um daqueles seres iluminados e sua possível ligação astronômica ou astrológica,O julgamento, como sempre, é de cada um! Dá-se maior ênfase à mitologia do que à história, por se tratar de assunto subjetivo: a fé!

Certo é, que um homem não vive sem sua fé, seja ela qual for...

Vamos então à comparação de suas histórias:

OSÍRIS – 3.100 a. C.
Osíris, esposo de Isis, pai de Hórus, tinha algumas semelhanças com a história de Jesus, o nazareno, sendo que a principal delas foi ter ressuscitado três dias após a sua morte. Porém ele passou seus três dias morto no inferno. Além de também ter realizado milagres e ter 12 discípulos, Osíris ensinou o renascimento através do batismo na água.

HÓRUS – 3.000 a.C.
Hórus, filho de Osíris, era o Deus do Céu no Egito Antigo. Assim como Jesus, ele tinha 12 discípulos – um deles nasceu de uma virgem em uma caverna. Como Jesus, seu nascimento foi anunciado através de uma estrela, ao Leste, e tal estrela foi seguida por três reis. Hórus foi batizado quando tinha 30 anos por Anup, o batista, assim como Jesus foi batizado por João Batista no Rio Jordão. Além disso, conta-se que Hórus fez levantar um morto e caminhou sobre a água. Finalmente, ele foi crucificado, enterrado em um túmulo e ressuscitou...

KRISHNA – 3.228(?) 900(?) a.C.
Dentre o “conglomerado”de deuses hindus, destaca-se Krishna, um dos principais. Anjos, homens sábios e pastores estavam em seu nascimento e lhe deram presentes bem familiares: ouro, incenso e mirra. Além disso, um homem mau e ciumento ordenou a matança de todos os recém-nascidos quando ele nasceu. Krishna também foi batizado num rio e realizou milagres, incluindo ressuscitar os mortos e curar surdos e cegos. Quando morreu, ascendeu dos mortos para o céu e espera-se que renasça (Sansara)  algum dia para lutar contra o “Príncipe do Mal”. Necessário mencionar, entretanto, que Krishna é retratado de diversas formas e com características por vezes bem diferentes, na cultura hindu.
Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama Hare Hare

MITHRA – 2.000 a.C.
Mithra é uma antiga divindade zoroastrista que possui várias semelhanças com Jesus. Ele veio ao mundo através de um nascimento virginal em 25 de dezembro, e quando nasceu foi envolto e colocado em uma manjedoura. Mais além, teve 12 companheiros (ou discípulos) e realizou milagres. Como o Deus cristão, foi crucificado, dando sua própria vida para salvar o mundo, permaneceu morto por três dias e depois ressuscitou. Não bastasse isso, é chamado de “o Caminho, a Verdade e a Luz” e ainda por cima tem sua própria versão de uma “ceia do Senhor” de estilo eucarístico. Teve um filho, chamado Zaratustra (Zoroastro).

BUDA – 563 a.C.
Siddhartha Gautama foi um mestre religioso e fundador do budismo que viveu no século 6 a.C. Assim como Jesus, é conhecido por ter curado os doentes e por ter caminhado sobre a água, além de ter alimentado 500 pessoas com uma cesta de bolos. Muitos dos ensinamentos de Buda eram parecidos com as coisas que Jesus ensinou, incluindo a igualdade para todos. Além disso, passou três dias na prisão e ressuscitou quando morreu.

Existem outros deuses com características muito semelhantes a estes. Estes são os mais conhecidos porque co-existiram com a nova religião, chamada de cristianismo. Ou seja, quando o cristianismo surgiu, tais deuses ainda eram adorados.

Vejamos porque esses deuses possuem tais características, tão semelhantes:
- Os deuses de mistérios, na sua totalidade, possuem influências astrológicas. O deus maior é o Sol, a luz do mundo, o “salvador”. O Sol é facilmente considerado como deus, pois tais características são muito boas para um “salvador”. Ele traz vida, aquece, dá luz, etc.
       - Um fenômeno conhecido desde a antiguidade são os solstícios, e no dia 22 de dezembro, ocorre o início do solstício de inverno (hemisfério norte), no qual o sol tem o seu ponto mais baixo no horizonte, devido à inclinação do eixo terrestre. Este ponto mais baixo permanece por um período de três dias, e, no dia 25 de dezembro, O sol sai deste ponto, subindo 1 grau e voltando, gradativamente, ao seu ponto mais alto, completando e finalizando assim o solstício de verão.
- A estrela que brilha mais forte no céu é a estrela Sirius, que no dia 25 de dezembro fica alinhada à constelação de 3 reis (Marias aqui no Brasil). Este alinhamento aponta diretamente ao sol.
- Sendo assim, o sol, saindo do solstício de verão “renasce”, movendo-se 1 grau para o norte depois de três dias (22-25) e quando renasce, é sinalizado pela estrela Sirius, seguida pela constelação de três reis, formando assim um alinhamento entre os três.
- Entende-se que as mitologias surgiram, ou tiveram como base nestes fenômenos. O Sol, renascendo, é sinalizado pela estrela, que, formando um alinhamento com a constelação de reis e o sol, nos mostra a constelação seguindo a estrela e indo em direção ao Sol (salvador).
- Em 274 d.C o Imperador Aureliano proclamou o dia 25 de dezembro, como "Dies Natalis Invicti Solis" (O Dia do Nascimento do Sol Inconquistável). O Sol passou a ser venerado. Buscava-se o seu calor que ficava no espaço muito acima do frio do inverno na Terra. O início do inverno passou a ser festejado como o dia do Deus Sol.
- A comemoração do Natal de Jesus surgiu de um decreto. O Papa Júlio I decretou em 350 que o nascimento de Cristo deveria ser comemorado no dia 25 de Dezembro, substituindo a veneração ao Deus Sol pela adoração ao Salvador Jesus Cristo. O nascimento de Cristo passou a ser comemorado no Solstício do Inverno em substituição às festividades do Dia do Nascimento do Sol Inconquistável.
- Ou seja, o dia 25 de dezembro foi proclamado depois do nascimento de Jesus. Então os deuses de mistério também não nasceram no dia 25 de dezembro. Eles nasceram no solstício de inverno e não no dia 25.
- Nos tempos de Jesus e nos milênios anteriores, não existia um sistema de calendário fixo para vários países ou povos. Cada um tinha o seu. Os calendários sempre eram confusos e muito diferentes um dos outros. Muitas vezes, a sucessão de um novo rei, por ordem deste, era modificado o calendário a seu gosto e liberdade. Um exemplo disso é na própria bíblia. Não encontramos nenhum texto onde as pessoas comemoravam aniversários, por exemplo. Ou seja, as pessoas não sabiam em que data nasceram devido a tantas mudanças. O calendário que adotamos hoje é uma forma recente de contar o tempo. Foi o Papa Gregório XIII que decretou o seu uso através da Bula Papal "Inter Gravissimus" assinada em 24 de fevereiro de 1582. A proposta foi formulada por Aloysius Lilius, um físico napolitano, e aprovada no Concílio de Trento (1545/1563). Nesta ocasião foi corrigido um erro na contagem do tempo, desaparecendo 11 dias do calendário. A decisão fez com que ao dia 4 de outubro de 1582 sucedesse imediatamente o dia 15 de outubro do mesmo ano.
- Os calendários dos povos antigos eram baseados sempre pelas estações do ano e fases da lua. Porém hoje, sabemos que as fases da lua não seguem uma cronologia correta, fazendo com que esse erro seja corrigido a cada 4 anos, ou seja, todo ano, sobram 6 horas.
- O calendário Judaico é composto da seguinte forma: Os anos têm 353 dias quando são "defeituosos", 354 os "regulares", e 383 dias os "perfeitos" ou "abundantes". O Rosh Hashana (Ano Novo - 7 de outubro do nosso) dá in¡cio ao per¡odo de dez dias de penitência, que vai até o Yom Kipur, Dia do Perdão. O calendário israelita é lunissolar, com anos solares e meses lunares. Para se ajustar os meses ao ano solar, intercala-se um mês nos anos 3, 6, 8, 11, 14, 17 e 19 de um ciclo de 19 anos. Os meses são fixados alternadamente com 29 e 30 dias. Sempre em ordem e essa ordem não falhava, justamente por considerar apenas os movimentos observados da Lua e Sol. O calendário Judeu nunca sofreu modificações por parte de reis e governadores, sendo o mesmo até hoje.
- Como contestá-los, diane da confusão de calendários com que chegamos até aqui?

Resumindo a chave é esta: o calendário. Todas as semelhanças acima somente foram encontradas e datadas DEPOIS do nascimento de Jesus, o que pode evidenciar até mesmo um “plágio” de outros deuses das características de Jesus Cristo.

E novamente, a conclusão é sua!

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

OMNIUM SANCTORUM, HALLOWEEN, FINADOS




OMNIUM SANCTORUM
A celebração do “Dia de Todos os Santos”, ou OMNIUM SANCTORUM (em Latim) remonta ao século IV. Em Antioquia celebrava-se uma festa por todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes.
Resgatar a lembrança daqueles cujo nomes foram omitidos por falta de documentos e que somente são conhecidos por Deus, alcançar, por sua intercessão, as graças de que necessitamos e ter sempre presente esses modelos de conduta, a fim de imitá-los, foram alguns dos motivos para que tal celebração fosse criada.
No ano de 835 esta celebração foi transferida pelo papa Gregório IV para 19 de Novembro, e logo depois novamente retornou a sua data inicial.

HALLOWEEN
Apesar de estar sendo disseminado pelos EUA como mais uma via de consumismo, a festa das bruxas vem da Europa e incorpora diversas influências de vários povos (Celtas, romanos antigos e cristãos).
Há mais de mil anos onde hoje é a Grã-Bretanha e Norte da França viviam os Celtas, eles adoravam a natureza e tinham o sol como principal deus.
Para eles o ano novo acontecia com o início do inverno, o que corresponderia a primeiro de novembro do nosso calendário; acreditavam que nesta data o Deus-Sol era aprisionado por Samhain (senhor dos mortos e príncipe das trevas). Na noite anterior (31 de outubro), acreditavam que Samhain reunia todos os mortos e estes assumiam diferentes formas, inclusive de animais, principalmente gatos. Na verdade era um culto agrário, pois coincidia com o fim das colheitas, ocasião em que seus sacerdotes (druidas) realizavam diversos rituais purificadores, inclusive o de apagar todos os fogos da aldeia e acenderem uma única fogueira no alto da colina e somente no dia seguinte as pessoas iam buscar novos fogos desta fogueira para utilizarem em suas casas, dando início a um novo ciclo de atividades. Estes cerimoniais duravam três dias, formando um festival onde muitas pessoas desfilavam vestidas de animais.
Com as invasões romanas no século I da nossa Era, os romanos invadiram a Bretanha e misturou este festival celta com o festival dedicado a deusa Pomona que também era festejada em novembro. Mais tarde com a disseminação da religião cristã na Europa estes festivais receberam novos ingredientes. No ano 835 da Era Cristã, a Igreja Católica Romana criou o dia de todos os santos a ser comemorado em primeiro de novembro com o nome de HallowMas (Missa de Todos os Santos) ou All Hallow (Todos os Santos). Anos mais tarde, a Igreja criava o dia de Todas as Almas a ser comemorado em 02 de novembro, sendo que nestas comemorações continuaram os desfiles dos celtas, porém com pessoas vestidas de santos, anjos e demônios. Apesar da tentativa de cristianizar as comemorações pagãs a noite que antecedia a primeiro de novembro, ou seja a Noite de Todos os Santos (chamada de All Hallow Even) continuou sendo o festival de Samhain, porém seu nome acabou sendo modificado em All Hallow’s Eve, Hallowe’en, e finalmente Halloween.
As abóboras e sua utilização tem origem holandesa.

FINADOS
Celebrado anualmente no dia 2 de novembro, o DIA DE FINADOS é muito importante para várias religiões, especialmente para a Igreja Católica – foi ela que instituiu a comemoração desde o século XI, mas foi somente no século XIII que a data 2 de novembro foi estabelecida para tal celebração. A Igreja Católica afirma que o dia de Finados é o momento em que os vivos precisam interceder pelas almas daqueles que estão no purgatório (local em que alguns esperam pela purificação para entrar no céu).
O dia de Finados é caracterizado por uma grande movimentação nos cemitérios, pois as pessoas levam flores, acendem velas e fazem orações para seus familiares e amigos falecidos. É claro que esta tradição é diferenciada conforme o país.
Um exemplo é o México: este país tem uma celebração que dura 3 dias, com desfiles e enfeites pelas ruas. Os cidadãos mexicanos acabam fazendo grandes festas e se torna um local atrativo para turistas de várias partes do mundo.
Entende-se que, enquanto no Brasil esta data seja considerada triste, no México é totalmente diferente. Para esse país, as almas dos entes queridos falecidos – neste dia de Finados – voltariam para prestar uma visita aos seus amigos e familiares.
Embora seja uma data muito emocionante para algumas religiões, outras não a reconheçam. É o caso do Protestantismo – para eles não há celebração, pois a data não existe na Bíblia e, por esse fato, não há qualquer motivo para homenagens ou comemorações. Além disso, a religião protestante não acredita em purgatório e não possuem como hábito as orações para pessoas falecidas.
Para os países de lingua inglesa, All Soul’s Day é a expressão utilizada para designar o dia de Finados, que é traduzida de maneira literal como “Dia de Todas as Almas”.
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